Versão mais radical do TT abusa da tecnologia de ponta para chegar aos 280 km/h.
O Audi TT já é um “senhor” automóvel esporte na versão de entrada, um foguetinho de alumínio com motor 2.0 Turbo de 211 cv. E isso é só o começo. A marca alemã também criou uma versão vitaminada desse carro, o TT-S, que possui o mesmo motor com a potência ajustada para 272 cv e mais alguns recursos “picantes”, como a suspensão mais firme, freios mais potentes e um ronco mais apurado. Agora, que tal o TT-RS?
RS, para quem não sabe, é a sigla máxima da Audi. Os carros da divisão superesportiva da marca dos quatro anéis são máquinas ferozes e figuram como um dos mais avançados e rápidos do mundo, ao lado de carrões de alto desempenho das divisões Motorsports da BMW e os AMG da Mercedes-Benz. No TT-RS essa experiência é ainda mais excitante por se tratar de um veículo de dimensões compactas, muito leve e com uma cavalaria absurda.
No TT-RS tudo é diferente e as alterações são focadas para fazer o carro acelerar mais, muito mais. Nesse caso, o motor 2.0 Turbo do TT “manso” é pouco para ele e a solução foi adotar o bloco cinco cilindros 2.5 TFSI 5 cilindros, o mesmo do RS3, que não à toa é o hatchback mais rápido do mundo, capaz de atingir 250 km/h (só não passa disso por causa do limitador).
Como todo propulsor de carros esportivos da Audi, o usado no TT mais radical possui turbocompressor e sistema de injeção direta de gasolina, que gera mais potência com menor consumo. Nesse modelo, os números de performance são o seguinte: animalescos 340 cavalos de potência a 5.400 rpm e um patada dolorida de 46 kgfm de torque, disponível entre 1.600 rpm e 5.300 rpm.
O conjunto mecânico ainda é composto pela formidável transmissão semi-automática S-Tronic, com sete velocidades e dupla embreagem. Esse componente faz o câmbio realizar trocas de marcha em milésimos de segundo, o que mantém o giro do motor elevado entre as mudanças, melhorando o desempenho de aceleração e até o consumo, que fica na média de 11 km/l. É um bom número para um carro com más intenções.
O TT RS, como as outras versões do TT, também possui a tração integral quattro da Audi, o que garante maior estabilidade em curvas, principalmente as contornadas em alta velocidade, a especialidade do TT RS.
Pé na tábua
O iG teve a oportunidade de andar com o TT RS em um curto trecho urbano, em São Paulo, e em seguida na estrada, a caminho de Santos, no litoral. Chegamos a praia em menos de uma hora...
A forma como esse Audi acelera é assombrosa. Ao pisar fundo no acelerador (com o modo S, mais esportivo, ativado), o capô inclina, os quatros pneus cantam no asfalto e o ponteiro do velocímetro decola no painel. Segundo a montadora, o TT-RS vai do 0 aos 100 km/h em apenas 4,3 segundos com sistema Lauch Control, que ajusta o motor e câmbio para uma arrancada mais precisa. O corpo cola no banco e o campo de visão vai afunilando conforme a velocidade aumenta. É uma delícia.
Logo ao passar dos 120 km/h percebe-se que esse carro não foi feito para as estradas brasileiras. O habitat do TT RS são as autobahns alemãs, as rodovias sem limite de velocidade, onde um carro pode andar como um trem bala. Com tanta potência e recursos de ponta para acelerar, o modelo pode atingir até 280 km/h de velocidade máxima. Imagine andar a essa velocidade no Brasil? É impossível.
Piso no freio com força para ver o que acontece e levo até um susto. O carro freia com tanta força que parece que as rodas cavaram o asfalto na desaceleração. Ele vem com largos discos ventilados nas quatro rodas, uma tecnologia bastante eficiente e resistente a seguidas frenagens, pois consegue dissipar o calor do disco com maior rapidez, mantendo a ação da “mordida” das pastilhas sempre firme.
A suspensão do TT-RS é independente nas quatro rodas, o que dá uma ajuda extra a tração integral na tarefa de manter o carro sempre estável. Nesse sistema cada roda oscila de forma individual, diferente de automóveis com suspensão com barra de torção na traseira, cujo balanço de uma roda influi sobre a outra, fazendo o carro balançar mais. Esse tipo de suspensão, porém, é bem mais cara.
Modelito RS
Para combinar com essa performance e o motorzão de 340 cv, a Audi transformou o visual do TT. Na versão RS ele parece até um carro tunado, com vistosas rodas aro 19” em largos pneus 255/35 e um kit aerodinâmico que empolga qualquer entusiasta de carros. O TT RS ganha outra cara com o spoiler frontal mais baixo e com largas entradas de ar e o aerofólio fixo na tampa do porta-malas, digno de um bólido de corrida. Definitivamente é um carro que chama muita atenção. Se for vermelho então...
A cabine, porém, não é nenhum desbunde luxuoso. Muito pelo contrário, é até simples. Mas isso é de propósito. Para que servem luzinhas e telas coloridas no painel a um carro que nasceu para andar sempre no limite? A atenção do motorista nesse carro deve ser sempre com o caminho. Por isso é bom decorar o caminho antes do passeio ou levar um mapa, pois o TT RS não possui navegador GPS.
Mas trata-se de um carro confortável, apesar da suspensão ser um tanto dura. Duas pessoas viajam tranquilamente e com bagagem: o porta-malas comporta 292 litros.
O acabamento, como não poderia ser diferente, é mais esportivo. Esse Audi vem com bancos concha, com abas laterais acentuadas para segurar o corpo do motorista nas curvas, e o volante, de ótima empunhadura, possui a base reta, o que libera mais espaço para as pernas. A única parte do TT RS que desanima é seu preço: R$ 399 mil para a versão Coupé e R$ 419 mil pelo Roadster, o que o coloca na concorrência com modelo como o Porsche Cayman e o Mercedes-Benz SLK 55 AMG. A meta da marca é vender 25 unidades até o final do ano. Sorte de quem comprá-lo.
Fonte:
IG