Atrair o público jovem é uma questão estratégica para os fabricantes de automóveis de luxo. Modelos de marcas como Mercedes-Benz, BMW e Audi normalmente são associados a uma faixa etária mais elevada. Gente já bem estabelecida na vida, que pode pagar um preço além do convencional por veículos que superem os padrões normais de luxo, conforto, tecnologia e esportividade. Mas seduzir e fidelizar as novas gerações dessas famílias abastadas é fundamental para garantir bons negócios no futuro. Essa é a missão do A1, apresentado no ano passado com grande sucesso na Europa – onde há filas de espera para o modelo – e que agora chega ao Brasil.
O preço do A1 – a partir de R$ 89.900 – fica exatos R$ 20.100 aquém do A3 2.0 TFSI S-Tronic, de R$ 110 mil, que até então era o Audi de preço mais baixo no país. É o modelo mais acessível que a marca tem por aqui desde 2006, quando a antiga geração do A3 deixou de ser produzida em São José dos Pinhais, no Paraná. Não é um carro barato – e nem era essa a proposta. Sua meta é apresentar os padrões construtivos, estilísticos, tecnológicos, dinâmicos e de acabamento da marca das quatro argolas para um público jovem que, apesar de bem-sucedido, não está disposto a pagar mais de R$ 100 mil por um automóvel. E nem se sente atraído pelo estilo “patriarcal” dos sedãs e utilitários esportivos ou “matriarcal” das peruas e monovolumes.
O novo hatch de duas portas é compacto – são 3,95 metros de comprimento, 1,74 m de largura e 1,42 m de altura. Ou seja, é 6 cm mais comprido, 9 cm mais largo e 4 cm mais baixo que um Volkswagen Gol. O entre-eixos mede 2,47 m – apenas um centímetro maior que o do Gol Na frente, a ampla grade trapezoidal – parte da atual identidade visual da Audi – ostenta as inexoráveis quatro argolas e é ladeada por faróis de xênon com luzes diurnas de leds, retos em cima e sinuosos na parte inferior. Os leds ajudam a dar aos faróis a aparência de um par de olhos meio franzidos, o que reforça o aspecto “invocado” do carrinho.
De perfil, destaca-se a linha do teto em arco, onde a descida abrupta na traseira, em conjunto com o elegante aerofólio sobre o vidro traseiro, ressalta o aspecto esportivo. Na traseira, as lanternas com leds são em forma de asas e integradas à tampa do porta-malas, cuja parte superior é levemente proeminente em relação à parte de baixo, onde fica a placa. Os leds não se restringem aos faróis e lanternas. Eles se tornaram quase uma obsessão da Audi e surgem na iluminação das portas e do teto, nas luzes de leituras, nas luzes para os pés e até nas luzes dos espelhos de cortesia.
Por dentro, o estilo é moderno e “clean”, com volante forrado em couro e bancos em tecido. Uma tela de 6,5 polegadas se destaca no alto do painel. A configuração é de um “2+2” – ou seja, os dois lugares traseiros não são recomendáveis para pessoas altas em viagens longas. Bem de acordo com a moda da customização, quem comprar o A1 poderá escolher se quer o arco do teto em cor contrastante e as cores das saídas de ar internas.
Há interface Bluetooth e opções de conexão com celulares e iPods. Como opcionais, são oferecidos sistema de navegação GPS, teto solar panorâmico elétrico, sistema de partida automática sem a chave – com acionamento através de um botão no painel –, sensor de estacionamento traseiro, piloto automático e áudio Bose de 465 watts, com 14 alto-falantes.
Mas nem só de aparência se faz um sedutor – desempenho convincente é fundamental. Isso fica a cargo do motor 1.4 TFSI de quatro cilindros em linha com 122 cv de potência e 20,4 kgfm de torque máximo – disponível entre 1.500 e 4 mil giros – , com sistema de injeção direta de combustível e turbocharger com intercooler. A transmissão automática de sete velocidades S-Tronic tem sistema de dupla embreagem – as marchas ficam pré-engatadas para a troca.
Há a possibilidade de utilizar o modo automático na posição S, para trocas em giro mais elevado e desempenho mais esportivo. A troca das marchas ainda pode ser feita manualmente, na alavanca ou através das “borboletas” atrás do volante. Segundo a Audi, o zero a 100 km/h pode ser cumprido em 8,9 segundos e a velocidade máxima é de 203 km/h.
Para reforçar o indefectível marketing “verde” inerente a um modelo tão “antenado” como o A1, o compacto ainda vem com os sistemas Start-stop, que desliga o motor quando o carro está parado para economizar combustível, e Kers, que aproveita a energia das frenagens para reforçar o desempenho do motor. Segundo a Audi do Brasil, já foram comercializadas mais de 600 unidades do A1 no país, mas as entregas começaram esse mês. Estima-se que a fila de espera para comprar o compacto por aqui já ultrapasse os dois meses.
Ficha técnica - Audi A1 1.4 TFSI
Motor: Gasolina, dianteiro, transversal, 1.390 cm³, quatro cilindros em linha e quatro válvulas por cilindro. Injeção direta de combustível e turbocharger com intercooler.
Transmissão: Câmbio automático com sete velocidades à frente e uma a ré com modo manual sequencial na alavanca ou através de paddleshifts no volante. Dupla embreagem. Tração dianteira.
Potência máxima: 122 cv a 5 mil giros rpm.
Torque máximo: 20,4 kgfm entre 1.500 e 4 mil rpm.
Diâmetro e curso: 76,5 mm X 75,6 mm. Taxa de compressão: 10:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços triangulares transversais, amortecedores hidráulicos, molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira com eixo de torção.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. ABS, ESP e assistência de partida em aclives.
Carroceria: Hatch em monobloco com duas portas e quatro lugares. Com 3,95 metros de comprimento, 1,74 metro de largura, 1,41 metro de altura e 2,47 metros de distância entre-eixos. Oferece airbags duplos frontais, laterais dianteiros e do tipo cortina de série.
Peso: 1.200 kg em ordem de marcha.
Capacidade do porta-malas: 270 litros.
Tanque de combustível: 45 litros.
Lançamento mundial: 2010.
Lançamento no Brasil: 2011.
Fonte:
Noticias Automotivas